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Após STF vetar remoção, moradores de rua se espalham por Brasília

DF tem o maior percentual de moradores de rua do Brasil. Em julho, governo local interrompeu operações para desobstruir espaço público

Jade Abreu

Hugo Barreto//Metrópoles


Barracos de madeira e de lona, sem estrutura de luz e água, definem a arquitetura das moradias improvisadas em vias públicas de todo o Distrito Federal, que tem o maior percentual de pessoas em situação de rua no país. Em julho deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a remoção forçada de pessoas nesse cenário de vulnerabilidade.

A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 976 deu um prazo de 120 dias para o governo federal elaborar um plano de monitoramento e implementar, de forma efetiva, a política nacional para essa população, que não é pequena. Enquanto isso, é crescente o número de pessoas morando em área pública no DF.


DF tem a maior média nacional de pessoas morando nas ruas Hugo Barreto//Metrópoles


Desde a determinação da mais alta Corte do país, o Governo do Distrito Federal não faz operação para desobstruir o espaço público ocupado por pessoas em situação de rua. De acordo com informações da Secretaria DF Legal, até 28 de julho, tinham sido realizadas 117 ações, o que equivale à média de 16 operações por mês. Com a decisão, a pasta suspendeu três ações programadas para aquela semana.


Em paralelo à situação, relatório do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania aponta que, a cada mil habitantes no DF, três vivem nas ruas. O número equivale ao triplo da média nacional, segundo levantamento divulgado em setembro. 

O Metrópoles conferiu, e mostra a seguir, a situação em 10 pontos que têm registrado aumento no número de pessoas vivendo em barracas e moradias precárias.

Na rua

“A cada dia a vida tá pior”, disse a catadora Edilene Sousa Castro, 40 anos. Há três meses, ela encontrou um novo local para se abrigar. No Bloco J da QE 20, do Guará, ela mora com o companheiro, que chama apenas de “baianinho”; ele não quis dar entrevista. A mulher contou por que escolheu aquele lugar na quadra residencial: “Queria privacidade”.
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