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Facada em Bolsonaro: O Ex-Delegado da PF que Escondeu a Verdade Agora Preso!

 

Foto: Reprodução 


Em um desdobramento chocante que abala as estruturas da Polícia Federal (PF), o ex-delegado Rodrigo de Melo Teixeira, conhecido por ter liderado as investigações sobre a facada sofrida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018, foi preso preventivamente. A detenção faz parte da Operação Rejeito, deflagrada pela PF para desmantelar uma organização criminosa especializada em crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro no setor de mineração em Minas Gerais.

Rodrigo de Melo Teixeira, formado em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e com especializações em Gestão de Segurança Pública e Direito Público, ingressou na PF em 1999. Sua trajetória inclui cargos de destaque, como superintendente regional da PF em Minas Gerais (2018-2019), diretor de Polícia Administrativa na cúpula da instituição entre 2023 e 2024 – período em que era o terceiro na hierarquia da PF, sob a gestão do diretor-geral Andrei Rodrigues –, e, mais recentemente, diretor de Administração e Finanças na Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), ligada ao Serviço Geológico do Brasil. Antes disso, ocupou posições no setor público mineiro, como secretário adjunto de Defesa Social (2015-2016), presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam, 2016-2018) e secretário municipal de Segurança e Prevenção em Belo Horizonte (2019-2022).

A prisão de Teixeira ocorreu em cumprimento a um dos 22 mandados de prisão preventiva expedidos pela 3ª Vara Federal de Belo Horizonte. Ao todo, 17 pessoas foram detidas, incluindo o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM) em Brasília, Caio Mário Trivellato Seabra Filho, e o lobista Gilberto Henrique Horta de Carvalho. A operação também resultou em 40 mandados de busca e apreensão, bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 1,5 bilhão e suspensão de atividades de empresas investigadas. As ações se concentraram em Minas Gerais, mas se estenderam a Brasília e outros estados, atingindo servidores da ANM, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e órgãos estaduais.

O Esquema Revelado pela PF

De acordo com as investigações, a organização criminosa atuava na concessão irregular de direitos minerários, fraudando licenças ambientais e lavando dinheiro por meio de empresas de fachada. Teixeira é apontado como "peça central" do grupo, atuando como administrador oculto de uma companhia de mineração registrada em nome de sua esposa – supostamente usada como "laranja". Empresários investigados teriam cedido direitos minerários "gratuitamente" à empresa em troca de influência do delegado junto a órgãos públicos, garantindo acesso privilegiado, proteção contra concorrentes e agilização de aprovações.

Um relatório da PF destaca um crescimento patrimonial incompatível: entre 2018 e 2025, o patrimônio de Teixeira aumentou mais de 40 vezes, sem justificativa plausível para a origem dos recursos. "Essa cessão, embora documentada como 'gratuita', foi possivelmente movida por interesse concreto: contar com a atuação de um Delegado Federal no interior da estrutura empresarial, como forma de obter acesso diferenciado a órgãos públicos", afirma o documento da PF. As suspeitas remontam ao período em que ele era diretor na PF (2023-2024), mas envolvem ações em sua gestão como superintendente em Minas.

A operação Rejeito não é isolada. Ela se conecta a investigações anteriores sobre mineração ilegal em Minas Gerais, como o rompimento da barragem de Brumadinho (2019), do qual Teixeira também esteve à frente das apurações iniciais como superintendente regional.

Da Facada em Bolsonaro à Queda em Desgraça

Teixeira ganhou notoriedade nacional em setembro de 2018, ao assumir o comando do inquérito sobre o atentado contra Jair Bolsonaro durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). O ex-presidente foi esfaqueado pelo militante Adélio Bispo de Oliveira, e Teixeira liderou as investigações iniciais, que culminaram na prisão do autor. No entanto, ele foi exonerado do cargo de superintendente em fevereiro de 2019, logo após a posse de Bolsonaro – uma saída que, na época, gerou especulações sobre pressões políticas. Críticos, especialmente em redes sociais, agora questionam se a investigação da facada foi superficial, apontando a prisão de Teixeira como possível indício de "encobrimento" de mandantes.

Nas redes, a notícia repercutiu intensamente. Perfis conservadores, como o do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ligaram o caso a tentativas de "desvio de atenção" de pautas políticas, enquanto outros destacaram a ironia de um investigador da PF caindo em rede de corrupção. Um post viralizou: "Ex-diretor da PF preso foi ligado ao PT e investigou facada em Bolsonaro", sugerindo proximidade partidária – embora Teixeira não tenha filiação pública declarada.


#### Reações e Impactos

A defesa de Teixeira não foi localizada até o momento, e a PF não comenta detalhes para preservar a investigação. O Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) acompanham o caso, que pode resultar em afastamentos definitivos de servidores. Especialistas em compliance ambiental alertam que a operação expõe vulnerabilidades no setor mineral brasileiro, especialmente em Minas Gerais, onde a mineração ilegal persiste como ameaça ambiental e econômica.

A prisão de um nome de tamanha relevância na PF reacende debates sobre integridade nas forças de segurança. "É um lembrete de que ninguém está acima da lei", comentou um analista de segurança pública à reportagem. Enquanto isso, a Operação Rejeito prossegue, com buscas em sedes de órgãos federais, prometendo mais revelações sobre um esquema que movimentou bilhões às custas do meio ambiente e da ética pública.

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